Em Gilgamesh, estamos na infância da literatura mundial.
Há muito, muito, mesmo muito... há bué, vá!, de tempo, no reino antigo de Uruk que, quem vai daqui, só tem que ir a direito pela Nacional 1 e sair na terceira saída da 1034ª rotunda, vivia o rei Gil, a quem todos temiam.
Na verdade, ele não era verdadeiramente rei, mas era assim que exigia ser tratado. Exigia, porque podia.
Gil era um magano que dominava o recreio da sua escola. Um domínio que era exercido pelo terror e possibilitado pelo seu tamanho e força: inigualáveis.
Nesta altura, ainda não existia futebol e o desporto que Gil praticava era a violação de meninas; por aborrecimento, nunca por deleite.
Ora, vá-se lá saber porquê, as outras crianças do recreio, bufas, decidiram fazer queixa dele à administração escolar. Diga-se que os membros da direcção da escola, por medo de Gil, comportavam-se como uma espécie de deuses: longe da vista.
Perante tantas queixas, a direcção toma uma decisão salomónica: dividir o terror. Em vez de um protagonista a espalhar medo, devia haver dois protagonistas que o fizessem. Melhor: o segundo protagonista devia ser um equivalente de Gil, igual em força.
É assim que surge Kid, que tinha, para espanto de todos, não só uma força equiparável à de Gil mas, também, a mesma fisionomia.
Constava-se que Kid havia sido abandonado em criança e, qual Tarzan, criado por criaturas selvagens. Foi resgatado da selva pelos membros da direcção da escola, que o aliciaram com favores sexuais. Consta-se também que o seu corpo era coberto por uma camada espessa de pêlo, a qual caiu aquando da execução dos ditos favores. Não se preocupem que, mal acabe de contar esta história, eu próprio aviso o protagonista Kid para consultar um especialista.
Gil e Kid avistaram-se pela primeira vez no recreio. Antes que pudessem sequer vislumbrar que eram em tudo semelhantes, decidiram conhecer-se através do toque secreto dos rufias: à pancada.
Como se dirime uma luta entre dois protagonistas iguais?
Iguais na fisionomia, na força, na vontade e na estupidez.
Não se pode.
Pois o empate a que se assiste, provoca neles um novo sentimento: o de invencibilidade conjunta.
terça-feira, 28 de janeiro de 2014
quarta-feira, 15 de janeiro de 2014
Como é que isto vai decorrer?
Após a leitura de cada livro, também conhecido por clássico, mas isso é só para amigos, vai divulgar-se o seguinte:
- Uma foto erótica do livro
- Resumo da história contado noutra história
- Não, agora a sério!
- Palavras que aprendi com o livro ou palavras que gosto de ler em livros
- Expressões que abichanam um leitor
- Este livro vai bem com...
quarta-feira, 1 de janeiro de 2014
Lista de 'Clássicos'
1. Anónimo, Gilgamesh, Sécs. XVIII-XVII a.C.
2. Homero, Ilíada, Séc. VIII a.C.
3. Homero, Odisseia, Séc. VII a.C.
4. Anónimo, Job, Sécs. VI-IV a.C.
5. Ésquilo, Prometeu Acorrentado, c. 475 a.C.
6. Ésquilo, Persas, 472 a.C.
7. Ésquilo, Os Sete Contra Tebas, 467 a.C.
8. Ésquilo, Oresteia, 458 a.C.
9. Sófocles, Antígona, 432 a.C.
10. Eurípides, Medeia, 431 a.C.
11. Sófocles, Rei Édipo, 430 a.C.
12. Eurípides, Andrómaca, c. 425 a.C.
13. Aristófanes, As vespas, 422 a.C.
14. Eurípides, As Troianas, 415 a.C.
15. Eurípides, As Bacantes, 405 a.C.
16. Vatsyayana, Kama Sutra, Séc. III a.C.
17. Vergílio, Eneida, 29-19 a.C.
18. Ovídio, Arte de amar, 2
19. Dante Alighieri, A Divina Comédia, 1308-1321
20. Geoffrey Chaucer, Contos de Cantuária, Séc. XIV
21. Richard de Bury, Philobiblon, c. 1345
22. Giovanni Boccaccio, Decameron, 1349-1353
23. François Rabelais, Gargântua e Pantagruel, 1532-1534
24. Michel de Montaigne, Ensaios, 1595
25. William Shakespeare, Hamlet, 1603
26. Miguel de Cervantes, Dom Quixote, 1605 (parte 1), 1615 (parte 2)
27. Daniel Defoe, Robinson Crusoé, 1719
28. Joanathan Swift, As viagens de Gulliver, 1726
29. Laurence Sterne, A vida e opiniões de Tristam Shandy, 1760
30. Denis Diderot, Jacques, o fatalista, 1796
31. Edgar Allen Poe, Contos, Séc. XIX
32. Jane Austen, Orgulho e Preconceito, 1813
33. Stendhal, O vermelho e o negro, 1830
34. Johann Wolfgang von Goethe, Fausto, 1832
35. Honoré de Balzac, O tio Goriot, 1835
36. Grimm, Contos, Séc. XIX
37. Charles Dickens, Os cadernos de Pickwick, 1837
38. Nathaniel Hawthorne, A letra encarnada, 1850
39. Herman Melville, Moby Dick, 1851
40. Henry David Thoreau, Walden ou a vida nos bosques, 1854
41. Walt Whitman, Folhas de erva, 1855
42. Gustave Flaubert, A educação sentimental, 1869
43. Fiódor Dostoiévski, Demónios, 1872
44. Lev Tolstói, Anna Karénina, 1877
45. Mark Twain, As aventuras de Huckleberry Finn, 1884
46. Robert Louis Stevenson, O estranho caso do Dr. Jekyll e Mr. Hyde, 1886
47. Anton Tchékhov, Contos, 1886
48. Joseph Conrad, O coração das trevas, 1899
49. Thomas Mann, Os Buddenbrooks, 1901
50. D. H. Lawrence, Filhos e amantes, 1913
51. Marcel Proust, Em busca do tempo perdido, 1913-1927
52. James Joyce, Ulisses, 1922
53. Italo Svevo, As confissões de Zeno, 1923
54. Franz Kafka, O processo, 1925
55. Virginia Woolf, Mrs. Dalloway, 1925
56. Fernando Pessoa, O livro do desassossego, 1928
57. Robert Musil, O homem sem qualidades, 1930-1932
58. Louis-Ferdinand Céline, Viagem ao fim da noite, 1932
59. Halldór Laxness, Gente independente, 1934-1935
60. William Faulkner, Absalão, Absalão, 1936
61. Jorge Luis Borges, Ficções, 1944-1986
62. Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano, 1951
63. Samuel Beckett, Malone está a morrer, 1951
64. Ernest Hemingway, O velho e o mar, 1952
65. Vladimir Nabokov, Lolita, 1955
66. Juan Rulfo, Pedro Páramo, 1955
67. Günther Grass, O tambor de lata, 1959
68. Al-Tayyeb Salih, Época de migração para norte, 1966
69. Salman Rushdie, Os filhos da meia-noite, 1981
2. Homero, Ilíada, Séc. VIII a.C.
3. Homero, Odisseia, Séc. VII a.C.
4. Anónimo, Job, Sécs. VI-IV a.C.
5. Ésquilo, Prometeu Acorrentado, c. 475 a.C.
6. Ésquilo, Persas, 472 a.C.
7. Ésquilo, Os Sete Contra Tebas, 467 a.C.
8. Ésquilo, Oresteia, 458 a.C.
9. Sófocles, Antígona, 432 a.C.
10. Eurípides, Medeia, 431 a.C.
11. Sófocles, Rei Édipo, 430 a.C.
12. Eurípides, Andrómaca, c. 425 a.C.
13. Aristófanes, As vespas, 422 a.C.
14. Eurípides, As Troianas, 415 a.C.
15. Eurípides, As Bacantes, 405 a.C.
16. Vatsyayana, Kama Sutra, Séc. III a.C.
17. Vergílio, Eneida, 29-19 a.C.
18. Ovídio, Arte de amar, 2
19. Dante Alighieri, A Divina Comédia, 1308-1321
20. Geoffrey Chaucer, Contos de Cantuária, Séc. XIV
21. Richard de Bury, Philobiblon, c. 1345
22. Giovanni Boccaccio, Decameron, 1349-1353
23. François Rabelais, Gargântua e Pantagruel, 1532-1534
24. Michel de Montaigne, Ensaios, 1595
25. William Shakespeare, Hamlet, 1603
26. Miguel de Cervantes, Dom Quixote, 1605 (parte 1), 1615 (parte 2)
27. Daniel Defoe, Robinson Crusoé, 1719
28. Joanathan Swift, As viagens de Gulliver, 1726
29. Laurence Sterne, A vida e opiniões de Tristam Shandy, 1760
30. Denis Diderot, Jacques, o fatalista, 1796
31. Edgar Allen Poe, Contos, Séc. XIX
32. Jane Austen, Orgulho e Preconceito, 1813
33. Stendhal, O vermelho e o negro, 1830
34. Johann Wolfgang von Goethe, Fausto, 1832
35. Honoré de Balzac, O tio Goriot, 1835
36. Grimm, Contos, Séc. XIX
37. Charles Dickens, Os cadernos de Pickwick, 1837
38. Nathaniel Hawthorne, A letra encarnada, 1850
39. Herman Melville, Moby Dick, 1851
40. Henry David Thoreau, Walden ou a vida nos bosques, 1854
41. Walt Whitman, Folhas de erva, 1855
42. Gustave Flaubert, A educação sentimental, 1869
43. Fiódor Dostoiévski, Demónios, 1872
44. Lev Tolstói, Anna Karénina, 1877
45. Mark Twain, As aventuras de Huckleberry Finn, 1884
46. Robert Louis Stevenson, O estranho caso do Dr. Jekyll e Mr. Hyde, 1886
47. Anton Tchékhov, Contos, 1886
48. Joseph Conrad, O coração das trevas, 1899
49. Thomas Mann, Os Buddenbrooks, 1901
50. D. H. Lawrence, Filhos e amantes, 1913
51. Marcel Proust, Em busca do tempo perdido, 1913-1927
52. James Joyce, Ulisses, 1922
53. Italo Svevo, As confissões de Zeno, 1923
54. Franz Kafka, O processo, 1925
55. Virginia Woolf, Mrs. Dalloway, 1925
56. Fernando Pessoa, O livro do desassossego, 1928
57. Robert Musil, O homem sem qualidades, 1930-1932
58. Louis-Ferdinand Céline, Viagem ao fim da noite, 1932
59. Halldór Laxness, Gente independente, 1934-1935
60. William Faulkner, Absalão, Absalão, 1936
61. Jorge Luis Borges, Ficções, 1944-1986
62. Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano, 1951
63. Samuel Beckett, Malone está a morrer, 1951
64. Ernest Hemingway, O velho e o mar, 1952
65. Vladimir Nabokov, Lolita, 1955
66. Juan Rulfo, Pedro Páramo, 1955
67. Günther Grass, O tambor de lata, 1959
68. Al-Tayyeb Salih, Época de migração para norte, 1966
69. Salman Rushdie, Os filhos da meia-noite, 1981
Objectivos
Este blogue pertence a um tipo preguiçoso: que gosta de literatura.
Este blogue pertence a um tipo preguiçoso e desorganizado: que gosta de literatura.
Pretende este blogue trazer algum trabalho e organização: através da literatura: ao tipo preguiçoso e desorganizado: que gosta de literatura.
Para isso, organizou uma lista de livros, em número variável, que se propõe a ler e partilhar, ao longo do tempo necessário em que não se sente preguiçoso.
A lista obedece à classificação a que comummente se designa de 'clássicos' e que, curiosamente, o tipo preguiçoso e desorganizado se deu ao trabalho de designar como: lista de 'clássicos'.
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Pretende este blogue trazer algum trabalho e organização: através da literatura: ao tipo preguiçoso e desorganizado: que gosta de literatura.
Para isso, organizou uma lista de livros, em número variável, que se propõe a ler e partilhar, ao longo do tempo necessário em que não se sente preguiçoso.
A lista obedece à classificação a que comummente se designa de 'clássicos' e que, curiosamente, o tipo preguiçoso e desorganizado se deu ao trabalho de designar como: lista de 'clássicos'.
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