O Farol de Lubumbashi

sábado, 18 de outubro de 2014

Prometeu Acorrentado vai bem com

Sopa
Não tens direito a sopa!

Prato principal
Iscas de cebolada. Tuas, não para ti!

Sobremesa
Querias doces, era? Não há!

Bebida
Quatro gotas de água por dia

Música de acompanhamento


Palavras em Prometeu Acorrentado

Palavras que aprendi em Prometeu Acorrentado:

Embaucador: enganador, aliciador.
Penha: Rochedo, penedo, penhasco; rocha.
Tavão: Género de moscas, da família dos tabanídeos, cuja fêmea pica o homem e o gado, sugando-lhes o sangue; moscão, moscardo.

Palavras que estão presente em Prometeu Acorrentado e que gosto de ver em livros:

Debalde: Que não apresenta resultado; que ocorre em vão; sem utilidade; inutilmente.
Rapaces: Que rouba, rapinante. / Que persegue a presa afincadamente: o abutre é rapace. (Diz-se das aves de rapina.) / Fig. Ávido de lucro: usurário rapace. / O mesmo que rapaz.

Expressões que abichanam um leitor em Prometeu Acorrentado

Prometeu:
"Sou o inimigo de Zeus, o que atraiu sobre si o ódio de todos os que frequentam a sua mansão, por ter amado demasiado os homens."
P. 21

Oceano para Prometeu:
"Não sabes acaso, oh Prometeu, que para a doença do ódio existe a medicina das palavras?"
P. 27

Prometeu:
"Que pode temer aquele a quem não é dado morrer?"
P. 43

Prometeu Acorrentado agora a sério

A peça de Ésquilo conta-nos a história de um deus que se enamorou pelos mortais e, por isso, sofreu às mãos dos imortais.
Para nós, que vivemos sob a luz de uma tradição judaico-cristã, não conseguimos ler este clássico sem fazer a ponte entres as concepções dos Antigo e Novo Testamentos; entre o Deus impositivo, alheio e de certa forma distante dos mortais, e o Deus misericordioso, próximo e personificado na figura do seu filho.
Na peça, Zeus é esse deus distante e Prometeu o misericordioso, o qual rouba o fogo dos deuses para facilitar a vida aos efémeros. Prometeu é também a ponte, o que aproxima o divino do profano, não com crenças mas com práticas.
No fundo, o que Prometeu oferece é a tangibilidade da religião, sem imposições imateriais nem irracionalismos.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Prometeu Acorrentado contado noutra história

Esta é a história de Heidi, uma supermodelo que optou por deixar de o ser.
No auge da sua fama e reconhecimento, Heidi retirou-se aos 19 anos.
Ser simetricamente bonita, de corpo perfeitamente torneado - a "deusa das passereles" - não se conjugava com a sua procura de anonimato; não o dela mas o dos outros. E foi por isso que se retirou, farta dos seus pares gozarem com os seus anónimos namorados; farta dos seus relacionamentos não corresponderem às expectativas dos 'Adónis' com quem trabalhava. No fundo, o que os outros diziam não lhe importava; temia pelos seus anónimos; que o amor que lhes tinha não podia ter qualquer ruído.
E assim fez.
Já no anonimato encontrou um local que lhe sentiu como sendo o seu paraíso. Tratava-se de uma sala repleta de cadeiras, onde se reuniam semanalmente os alcoólicos anónimos. Era perfeito: ninguém era ninguém; todos eram o seu vício.
Foi aqui que conheceu Marco, um ex-Navy Seal, veterano da primeira guerra do Iraque, que havia afogado o síndrome pós-traumático na companhia do dr. Jack e do sr. Daniels. Quando conheceu Heidi, estava em fuga dos seus companheiros pela oitava vez.
Sem descrições de como se desenrolou o seu relacionamento, até porque o fizeram sempre dentro de portas e de fechadura trancada, depressa deixaram entrar também os antigos companheiros de Marco.
Para a ex-deusa das passereles era o início do seu suplício. Habituada durante anos a alimentar-se através de fotossíntese, o dr. Jack e o sr. Daniels provocaram-lhe dores e danos irreparáveis no fígado.
Hoje, pouco sabemos dela. A última vez que a vimos foi à porta de uma reunião dos alcoólicos anónimos.
O seu paraíso.
O seu anonimato.