O Farol de Lubumbashi

sábado, 18 de outubro de 2014

Prometeu Acorrentado agora a sério

A peça de Ésquilo conta-nos a história de um deus que se enamorou pelos mortais e, por isso, sofreu às mãos dos imortais.
Para nós, que vivemos sob a luz de uma tradição judaico-cristã, não conseguimos ler este clássico sem fazer a ponte entres as concepções dos Antigo e Novo Testamentos; entre o Deus impositivo, alheio e de certa forma distante dos mortais, e o Deus misericordioso, próximo e personificado na figura do seu filho.
Na peça, Zeus é esse deus distante e Prometeu o misericordioso, o qual rouba o fogo dos deuses para facilitar a vida aos efémeros. Prometeu é também a ponte, o que aproxima o divino do profano, não com crenças mas com práticas.
No fundo, o que Prometeu oferece é a tangibilidade da religião, sem imposições imateriais nem irracionalismos.

Sem comentários:

Enviar um comentário