O Farol de Lubumbashi

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Eneida agora a sério

"Mas visto que tens tantos cuidados, vou mostrar-te, vindo muito detrás, os arcanos do futuro."

Se Luís de Camões dedicou os seus Lusíadas a D. Sebastião, de modo a que o olhar do passado glorioso de Portugal legitimisse e inspirasse a continuidade da grandeza no presente e futuro, o mesmo havia feito Virgílio com Augusto ao dedicar-lhe a sua Eneida.
A história da fundação mitológica de Roma como herdeira da desaparecida Tróia às mãos do piedoso Eneias comporta, para além da tradição literária dos poemas homéricos, uma legitimação política do imperador Augusto e do império romano. As palavras de Júpiter para Vénus, em epígrafe, dizem-nos isso mesmo: vamos desenterrar as raízes profundas do passado, dando um fundo mitológico e legitimador às conquistas do presente e à perseverança do império no futuro. 

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